Fui procurar no novo pai dos burros, não mais o Aurélio, mas o Google, sobre as revistas Contigo e Sétimo Céu e só achei dados sobre a primeira:
Alunos de Comunicação Social, uni-vos e pesquisais sobre a Sétimo Céu. Essas publicações, juntamente com outras do gênero (Grande Hotel, Carícia, Amiga) povoaram a minha adolescência nos anos 70. Não sou da época de Júlia e Sabrina (anos 80 e, para dizer a verdade, nem gostaria de ter sido) que imitavam a antiga Romance Moderno, de 70, com contos e muita prosa açucarada que minha irmã, mais velha do que eu seis anos, adorava; mas sim dessas revistas que não costumava comprar (eu colecionava a Pop, voltada para a música, somente por causa da minha sempre paixão por Rita Lee), mas que eventualmente lia por causa da minha tia Nina, que sempre comprava a Amiga.
Vejamos duas matérias publicadas numa Contigo de 1973 (com a Marília Gabriela) e outra da Sétimo Céu com Elis Regina, em 1975, além de admirarmos o índice da Sétimo, de uma revista de 1973... Duas mulheres de destaque, a primeira jornalista do então Jornal Hoje e a segunda, cantora.
O machismo da matéria com Gabi não é escondido da reportagem "A bela da tarde", feita por Benê Pompílio, com fotos de Paulo Salomão e Keiju Kobayashi, vejam só este trecho: "Dona de uma voz marcante e de uma dicção perfeita, muitas vezes Marília consegue ser melhor que seus comapanheiros masculinos (...)" UI!!! De fato, tenho uma amiga, nascida em 1950, que quis entrar para a Faculdade de Jornalismo, tendo sido isso vetado pela família. Mulher jornalista era coisa rara e Gabi deve ter servido de estímulo para muita gente... Rita Lee seria também uma jornalista por essa época, quem sabe, se não tivesse largado a Faculdade de Comunicação Social, da USP, para seguir carreira na música.
A entrevista com Elis, feita por Vera Rodrigues, com fotos de Adir Mera, "Meus filhos não são notícia" faz questão de destacar o fato dela ser casada pela segunda vez com César Camargo Mariano . Maria Rita ainda não existia, João Marcelo tinha 5 anos e Pedro, 5 meses. Era muito comum essas revistas enfocarem o lado mamãe das cantoras e atrizes, e na matéria, Elis afirma não gostar de expor seus filhos por serem ainda muito pequenos para decidirem se gostariam de aparecer ao lado dela nas fotos.
Mal sabia ela do futuro!
E vejam só o que estava na moda na revista Sétimo Céu (série amor) de 15/9/1973:
Glória Menezes e Tarcísio Meira, na página 6 : Eles casaram 11vezes e continuam muito felizes. (NOSSA);
Lúcia Alves, na 12: Tempo de lua de mel e de manter a cuca tranquila (Saudade dessa gíria, "cuca". Pelo visto, na época do Governo Médici todo mundo era apaixonado e feliz);
O sonho lindo e maravilhoso de Chico di Franco, na 14 (eu só não sei quem é esse, mas parece que Caetano estava certo: tudo é divino maravilhoso);
José Fernandes: temíveis notas de zero a dez, na 16. (Mas depois de ler sobre um casamento feliz, eu vou ter que encarar essa mala de jurado que fazia tipo e dava zero antes do cara cantar?);
Palavras contidas, o retrato exato da vida real, na 18. (??? Não está muito elucidativo para um índice, pelo jeito, vou ter que abrir a revista e ver do que se trata...,ah, é um conto);
Os ideais se completam: Antônio Marcos e Vanusa, na 30 (Mais gente feliz!);
Bolsa para você fazer com bossa e charme, na 78 (Pelo visto, as moças que liam Sétimo eram todas prendadas, faziam as suas próprias bolsas. Mas essa palavra "bossa" tava meio cafona pra moçada de 70, não?);
As sete curtições sensacionais de Jardel Filho, na 94. (hummmm);
Livro de poemas de Vanderlei (não diz a página e nem coloca o sobrenome do cantor, então, ele devia ser bem íntimos das sétimas ceuzitas)
E mais duas fotonovelas:
Agnaldo Raiol e Dina Sfat envolvidos numa trama de amor, Doce imagem de mulher, na 22
Fuga para o passado, sensacional aventura a cores, com Francisco Cuoco e Nívea Maria, na 35.
Aventura a cores é ótimo, não?