Folheando revistas antigas, nos deparamos com anúncios e artigos interessantíssimos que nos reportam a uma época a.C. (não é antes de Cristo não, é antes do Computador) em que as pessoas escreviam à máquina e ouviam vitrola.
Minha primeira máquina de escrever, ganhei do meu pai, aos 15 anos, em 1979. Uma Remington portátil que tenho até hoje. A primeira vitrola também foi portátil, minha mãe trocou não sei quantos carnês do Baú da Felicidade por ela. O ano: 1973, era da marca Philips.
Sempre tive coisas portáteis, mas confesso que os presentes, embora adorados por mim, não correspondiam aos meus ambiciosos sonhos de ter uma rádio-vitrola (isso mesmo, com tampa, um móvel imenso que as famílias mais abastadas mantinham na sala) e uma máquina Olivetti.
Só muitos anos depois, já na década de 90, pude comprar uma vitrola grandona, mas aí ela já vinha com toca-fitas e aparelho de cd. UAU!!! E também uma máquina de escrever enorme, mas elétrica. E Olivetti, claro, com esferas e sem aquelas malditas fitas preta e vermelha que manchavam até a nossa alma.
Meu primeiro emprego quase foi o de instrutora de curso de datilografia. Parece incrível, mas exisitia isso, tenho o meu diploma até hoje. Não era fácil fazer um curso de datilografia. Aprender a bater tabelas com perfeição, margens... vocês, da era do computer, chorariam (não é de rir não, de verdade). Era um saco. Não sei como eu conseguia e, pelo jeito bem, ao ponto de ser indicada para trabalhar no curso como instrutora. Mas meu pai nem em sonho deixava a mim ou a minha irmã trabalharmos fora, ele achava que atrapalharia os estudos. Como os namorados também eram vetados...
E os concurso de antigamente que tinham prova de datilografia? Tínhamos que fazer não sei quantos toques por minuto... creio em Deus pai.
E pensar que o gravador já foi do tamanho desse monstro aí de cima! Coitados dos jornalistas...
Fontes:
POP. São Paulo: Abril, n. 47, set. 1976. p. 27
SÉTIMO CÉU. Rio de Janeiro: Bloch Editores, n. 33, jun. 1975. p. 15
MANCHETE. Rio de Janeiro: Bloch Editores, edição histórica, ag. 1990, p. 53.