segunda-feira, 23 de novembro de 2009

CARÍCIA, UMA REVISTA PEQUENA



Nos anos 60, as revistas começaram a crescer em tamanho. Perseguiam o comprimentos da Cruzeiro, da Realidade... a Intervalo, por exemplo, que já mereceu um post por aqui, entra nos anos 70 com centímetros a mais. Da revista Amiga, então... nem é necessário falar. Todos sabem como era imensa.

No meio das gigantonas, eis que surge uma pequena, em meados da década de 70 chamada singelamente de Carícia.

Foi um sucesso. Direcionada às adolescentes, que não possuíam publicação específica, falava da primeira vez, de moda, etc. Não lembro se tinha fotonovela. Mas devia ter, toda a revista, naquela época, imitava a tele-novela, na fotonovela.

Na escola, em que eu fazia o primeiro grau (que já foi ginásio e agora chama ensino fundamental, não sei para que mudam tanto o nome, se o mais importante, a qualidade, continua precária), minhas colegas sempre discutiam os assuntos da Carícia. O primeiro beijo, o primeiro isso, o primeiro aquilo. Lá, tudo era o primeiro.

As mulheres mais velhas tinham as suas revistas: Capricho, Nova, Grande Hotel, Romance Moderno... sem contar as especializadas em artistas como Sétimo Céu, Romântica... e, agora, nós tínhamos a Carícia. O curioso era que a capa da little trazia sempre só o rosto da manequim (naquela época se chamava assim, modelo ou manequim, não existia a palavra top), já a revista Nova, trazia a mulher de corpo inteiro, sempre com a roupa bem decotada. Infiram...
Grandes coisa, né? Mas era novidade. Eu, particularmente, preferia a Pop, que colecionava com meu minguado dinheirinho de mesada. Depois a Pop acabou e muitas revistas imitaram a Carícia. Nem sei se ainda existe! Cartas para a redação.
Um abraço!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

ALÔ, ALÔ, TERESINHA








Acabei de chegar do cinema, assisti ao documentário sobre o Chacrinha, um filme de Hoineff.

Eu preferiria ver o Chacrinha através de uma visão mais histórica, que pecoresse a trajetória dele, desde o rádio, etc. Mas talvez o modelo escolhido pelo diretor tivesse mais a ver com o estilo anárquico do Velho Guerreiro.
Saí um pouco com a sensação de que o argumento era coisa de homem... parecia que as preocupações maiores ali eram saber sobre a vida sexual das chacretes (e seus destinos), sobre os calouros buzinados (incrível como ele localizou alguns!) e colher uma ou outra opinião de cantores. Além de fofoca também percorrer a vida do próprio Chacrinha e sua paixão por Clara Nunes e por algumas das chacretes.
A pergunta final era: afinal, que era a Teresinha? Parece que era a irmã de Rosemary (você sabia que a Rosemary tinha uma irmã?) que era a garota propaganda das Casas da Banha, que patrocinava a Buzina do Chacrinha.De qualquer maneira, vale a pena ver o filme. A face meio perversa do Abelardo Barbosa está lá em buzinar e traumatizar calouros que, muitas vezes nem abriam a boca e já ganhavam o troféu abacaxi, também na generosidade em dar fama às chacretes (às quais ele deu nome, e promovia em seus programas) e a alguns cantores, que até se emocionaram durante o depoimento.
De fato, o Chacrinha era tropicalista, porque misturava Ney Matogrosso com Agnaldo Timóteo, Cazuza com Nelson Ned... e depois dele, nenhuma outra dançarina conseguiu tal notoriedade só por ser dançarina... as atuais nem têm nome e não marcam sua presença nos programas.
Penso que o espírito do filme ficou na participação de Biafra, cujo vídeo já é um dos campeões do You Tube. Ao cantar "Voar, voar..." e ser atropelado por uma asa delta, ele morre de rir e diz: "O Chacrinha colocaria no ar". E entrou.