Eis-me aqui para falar de novelas de novo, pois é, eu sou mesmo viciada no box de novelas antigas. Sabem qual estou assistindo atualmente? Avenida Brasil!
Falemos de Selva de Pedra, escrita por Janete Clair, naquela época em que não havia essa coisa de uma novela escrita a mil mãos, dona Janete sentava sozinha na máquina de escrever manual e mandava ver. Para começar, a abertura, que situava os personagens vindos do interior (Francisco Cuoco, Mário Lago, Ana Ariel, Dorinha Duval, Tessy Calado) para a cidade grande. A abertura mostrava cenas urbanas de um Rio de 1972, interessante que tinha até gente fazendo sinal de paz e amor na rua, no melhor contexto do movimento hippie.
Contaram a quantidade de fuscas, minissaias, costeletas, etc, que aparecem? O interessante é notar que as tomadas de abertura focalizaram o centro do Rio, com pessoas de todas as classes sociais, bem como trouxe cenas da zona sul. De fato, a novela mostrava essa luta entre as classes, os personagens ricos (interpretados por Dina Sfat, Carlos Eduardo Dolabela, Gilberto Martinho, Arlete Sales, entre outros) e os pobres, liderados pelo personagem Cristiano Vilhena, de Francisco Cuoco, além de Regina Duarte, Mário Lago, Ana Ariel, Dorinha Duval, Carlos Vereza e outros).
Da história acho que todos lembram, Cristiano assassina um rapaz sem querer, é ajudado pela personagem de Regina Duarte, os dois se casam, vão para o Rio e lá, em uma pensão modesta do Catete, conhecem o ambicioso Miro, show de interpretação de Carlos Vereza.
Os dois tramam a morte da esposa de Cristiano (Simone), quando percebem que Fernanda (Dina Sfat) está apaixonada por Cristiano, ela descobre, finge-se de morta e depois retorna com uma peruca loura, dizendo ser a irmã da defunta, a internacional e famosa (não existia o termo celebridade naquela época) Rosana Reis, a escultora.
Essa novela foi um grande sucesso de audiência, chegando a dar 100% de IBOPE no último capítulo, quando Simone, que estava aprisionada por Fernanda, entra no tribunal, de cadeia de rodas, no qual Cristiano está sendo julgado.
Assistindo ao dvd, algumas coisas me chamaram a atenção: a personagem de Dina namorava Dolabela e levava tapa na cara o tempo todo, incrível como a violência contra a mulher era naturalizada nestes folhetins do tempo do onça.
Glória Pires também participou na sessão dos pobres, devia ter uns 9 anos.
Outra que fez uma participação especial (na cena dos ricos) foi Hildegard Angel, que perdera o irmão, Stuart, assassinado pela ditadura um ano antes...
Uma outra coisa escabrosa, talvez por causa da censura (que exigiu que Cristiano e Simone se casassem antes de viajarem de cidade) foi Simone Rosana Reis desistir da carreira para cuidar do marido...
No próximo post vou comentar Pecado capital, eu juro que não irá demorar 7 anos como da outra vez. Esse blog é tão antigo, que nem existe mais esse design, mas estou com pena de trocar pelos modelos mais novos, simpatizo com as bolinhas.
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