Segundo a biografia
Dez, nota dez!
Eu sou o Carlos Imperial, de Denílson Monteiro, que me foi presenteada pelo amigo, engenheiro, músico e biógrafo (espero não ter esquecido nada) Henrique Bartsch, a revista
Amiga surgiu para rivalizar com a
Intervalo, porém mais voltada para os artistas de novela, diferentemente da outra publicação, cujo interesse caía mais nos ídolos da música, do rádio, passando pela Jovem Guarda e chegando aos revelados pelos Festivais.
As lembranças pessoais que tenho dessa revista enorme, eram alguns vizinhos colando posters do elenco de Irmãos Coragem na parede e a minha tia voltando do trabalho com uma debaixo do braço, principalmente se a dita cuja viesse com a foto de Sandra Bréa estampada. Tia Nina era fã de La Bréa. Aliás, deve ter sido ela a me inspirar, algum tempo depois, quando fiquei de quatro por Rita Lee, aos 11 anos, a colecionar revistas com Miss Lee... em 1975.
Andei dando uma espiada em algumas que achei por cá para trazer algumas curiosidades e talvez, pela quantidade de matérias interessantes que encontrei, tenha que dividir esse post em dois ou três. Tenham pciência. E prometo não demorar mais tanto a postar, ó caros seguidores!Vou começar pelas mais antigas, três de 1971 e duas de 1975. Era difícil não vir um ator ou atriz global nas capas da Amiga. Isso até 1983, quando a Manchete inaugurou seu canal de televisão, pois a partir daí, os atores da bloch começaram a aparecer nas capas da Amiga, mas isso só no década de 80...Nos anos 70, era raro não encontrar uma capa com Regina Duarte, Francisco Cuoco, Glória Menezes, assim como, na Intervalo, com Roberto Carlos, Wanderley Cardoso ou Jerry Adriani. Quando algum cantor/cantora dava o ar de sua graça na capa da Amiga, podem crer que tinha novela metida no meio, como na capa do número 49, vejam só o título: Vanderlei Cardoso: gostaria de ser galã de Regina Duarte! Nessa época ela já trazia como subtítulo Tv Tudo, mas nas edições mais antigas, vinha o seguinte: Revista semanal de fotonovela e tv. E, de fato, as fotonovelas ocuparam por um longo tempo as páginas de Amiga (também conhecida como Inimiga,por alguns). Até fotonovela com o Vagner Montes eu achei, mas isso fica pra próxima.
Em uma outra revista, de 26/1/1971, a notícia era a briga entre Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Tudo porque, segundo a matéria, a cantora Cláudia havia gravado Jesus Cristo, tendo feito o pedido para tal gravação a Erasmo. Ocorre que Roberto queria ter a exclusividade de modo que os ânimos ficaram alterados e a Amiga lá, testemunhando os barracos como sempre...:
"Nunca um disco de Roberto Carlos deu tanta confusão, quanto seu recente álbum, lançado há algumas semanas pela CBS.
Inicialmente, houve um problema de distribuição do LP, lançado com alguma antecedência por disc-jóqueis paulistas, que arrumaram, ninguém sabe como, uma fita magnética com as músicas gravadas.
Finalmente, o disco foi lançado no Natal, e já se encontra nas paradas de sucesso, como um dos prováveis líderes de vendas.
Jesus Cristo, o carro-chefe do LP, além de ser uma das músicas mais tocadas nas rádios, começa a dar problemas. Composta por Roberto e Erasmo Carlos, foi gravada pelo rei, com exclusividade, como acontece em todas as canções dos seus discos. A cantora Cláudia, entretanto, conversou com Erasmo, pedindo-lhe autorização para fazer a gravação, no que foi atendida.
Cláudia fez a gravação e a reação de Roberto Carlos não foi boa. Conversou com Erasmo, dizendo-se contra a atitude de seu irmão, pois queria a exclusividade de Jesus Cristo. Erasmo, por sua vez, ficou chateado com Roberto, pois acha que não há mal algum em Cláudia gravar (por sinal muito bem!) a composição. Mas o rei parece não concordar com ele. Quase saiu briga." (p. 11)
Indo além do barraco, fico encantada com a redação e os elementos jurássicos trazidos... fita magnética, disc-jóquei, LP, mais tocada no rádiio... imagina hoje, quando ninguém controla mais nada em termos de divulgação de som e imagem, tudo vasa...
Nesta Amiga de 27/4/1971, cuja capa publiquei aí em cima,uma curiosidade: Elis Regina no Chacrinha, recebendo o disco de ouro. Eu nem fazia idéia que ela já tinha ido lá. Já o Jerry Adriani, que aparece também numa foto, era figurinha fácil por lá. Adorei o modelito dele. Gente, eu sou fã dos anos 70!